quinta-feira, 1 de julho de 2010

DOS VINHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL !


Amigos e Confrades,
Já está mais do que na hora de falarmos sobre o importante trabalho que vem sendo realizado para o desenvolvimento da qualidade do vinho nacional.
Nas minhas andanças pelas vinícolas nacionais, conversando com os mais diversos setores envolvidos neste processo, senti uma empolgação contagiante. Cada projeto é como se fosse o parto de um novo filho. Entretanto, não podemos achar que o nosso "filho" é o mais bonito e inteligente de todos, não é bem assim, mas acho que estamos no caminho certo.
Me chamou a atenção a preocupação de alguns produtores com a Qualidade em contraposição a Quantidade. O Brasileiro está abandonando o vinho de garrafão e ficando mais exigente, mais esclarecido, com isso, é hora de mudar a mentalidade, é hora de produzir com mais cirtério. Métodos de plantação, qualidade das videiras, escolha das uvas, colheita e a mentalidade do produtor são pontos fundamentais. Não podemos ignorar a tecnologia, mas é hora de pensar na matéria-prima: A UVA.
É gratificante observarmos as mudanças que vem ocorrendo neste sentido, conversão de métodos de plantação que valorizam a qualidade da uva e não a produtividade, a substituição de videiras não-viníferas ( uvas de mesa ) por videiras viníferas ( uvas próprias para vinho ), a introdução de novos tipos de uvas e a "descoberta" de novas áreas de plantio, como por exemplo Santa Catarina, o Nordeste Brasileiro, regiões do Rio Grande do Sul alternativas ao Vale dos Vinhedos e até mesmo Minas Gerais. Provei a pouco tempo alguns rótulos produzidos na região de Três Corações, eles estão no caminho. É o vinho nacional buscando a sua identidade, procurando identificar através de muita pesquisa o "terroir" ideal para cada variedade de uva, é a vontade, a garra e o profissionalismo dos Brasileiros contradizendo a todos aqueles que duvidavam e torciam o nariz quando se falava da possibilidade de elaborarmos vinhos de qualidade.
Infelizmente fatores como os impostos, normatização e fiscalização, impedem que nossos produtos tenham uma melhor competitividade no mercado interno e externo, além disso, questões políticas e a inexistência de uma maior união entre produtores e orgãos ligados a vitivinicultura nacional contribuem para que o desenvolvimento deste mercado não cresça da maneira desejada, sem contar a necessidade de uma legislação oficial que regulamente a produção e a classificação dos vinhos e, por que não, a adoção de uma uva emblemática para o país. Eu voto na Cabernet Franc.
Isso tudo sem falar da já consagrada vocação e o alto índice de aceitação dos nossos espumantes, um prato cheio, ou melhor, uma taça cheia para uma intensa campanha de marketing a nível nacional e internacional divulgando o nosso produto, Os Vinhos deste Solo.
E como bem disse Luis Fernando Veríssimo, o que importa é que "Hoje não precisamos de consolo pelos vinhos que temos no País, pois já existem vinhos que nos consolam pelo País que temos".
Um brinde ao Vinho Nacional,
Tin-tin e até a próxima !

REGIÕES VINÍCOLAS BRASILEIRAS ( RIO GRANDE DO SUL, SANTA CATARINA E NORDESTE )

Um comentário:

  1. Gostei do post. Acho muito válido deixar aqui já uma introdução pro encontro. Permite q cheguemos na sexta mais preparados para apreciar o divino suco.

    Fiquei curioso pra saber pq vc vota na Cabernet Franc para ser nossa uva emblemática. Tem algum motivo especial ou é só preferência? Acho q a defesa dessa idéia daria um bom post.

    ResponderExcluir